quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Terapia da Fala


Pra quem já tava sabendo do assunto, um pouco de paciência, vou resumir a história pra quem tá chegando entender.

Victor está com 2 anos e 2 meses e fala muito pouco. Entende bem tudo o que dizemos a ele, mas não reproduz muita coisa. Minha preocupação começou a meses atrás, antes dele fazer dois aninhos. A pediatra tentou me acalmar, disse que ele ainda tava muito novinho, mas como uma mãe desesperada que sou pedi que nos encaminhasse a uma fonoaudiologa para avaliação.

Assim sendo, entramos no programa chamado "Early Intervention", que tem o auxílio de vários profissionais, dependendo da necessidade da criança. A terapia parecia muito interessante, já que um profissional vem até sua casa uma vez por semana atender o pequeno no ambiente que ele já está acostumado.


A pediatra disse que essa terapia seria ótima principalmente para mim, já que eu andava muito ansiosa, comparando o Victor com outras crianças da idade dele e que o programa me faria entender que cada um tem seu tempo. Tá, lindo. Perfeito. Na teoria.


O fato é que tenho me estressado um pouco com as visitas, pois a metodologia deles nem sempre é muito bem aceita aqui em casa. Os costumes americanos são muito diferentes dos nossos. Acreditem, muito diferentes!

Acho que, de certa forma, eles sabem levar a vida mais facilmente, são super práticos e analisam as coisas de maneira bem mais "fria". Mas nós brasileiros, somos pra lá de "caleintes" ne meu povo? Ai a coisa começou a pegar...


A terapeuta que vem aqui em casa é muito boazinha, mas tenho ficado um pouco irritada com as propostas dela. Semana passada ela argumentou que o Victor é muito apegado a mim (jura? E qual a novidade?) e que ela queria fazer a sessão somente com ele, pra ver se ele interagia melhor com ela. Aceitei e pensei: "Tudo pelo bem do pequeno". Mas salientei: Não sei se vai funcionar essa separação de forma brusca, afinal ele nunca fica com outras pessoas sem eu estar por perto (hello, aqui somos só nos tres, ele, marido e eu...o resto da familia toda mora e outro país!!!) e normalmente ele chora muito e até provoca o vômito se ficar eu o deixar em algum lugar com pessoas estranhas.
Ela ignorou minha observação e disse pra eu deixa-lo com ela na sala e esperasse no quarto, até que ela me chamasse de volta. Mesmo que ele chorasse.

Adivinhem? Um drama. Dramalhão mexicano. O guri não só chorou, mas se desesperou, gritou, sofreu, num pranto inconsolável por uns 25 minutos seguidos, chamando por mim o tempo todo enquanto ela tentava, em vão, entretê-lo com os brinquedos e jogos. Fiquei arrasada no quarto. Não chorei junto nem sei porque. Acho que eu tava passada demais, me perguntando porque tinha solicitado essa bendita terapia.

Mil questões na minha cabeça...Será que estamos fazendo o melhor pra ele? Será que se não o fizéssemos não poderia me arrepender depois por negligencia? Se estivéssemos morando no Brasil, expostos somente a uma língua, como a maioria das crianças da idade dele, o Victor já não estaria falando com mais freqüência? Será que, será que, será que...

O resumo da ópera foi uma criança estressadíssima, uma mãe arrasada e uma terapeuta buscando alternativas. 
Foi ai que ela me disse que talvez fosse uma boa idéia ter a ajuda específica de uma fonoaudióloga. Oi? Como assim? Mas voce não é fonoaudióloga? Meus neurônios já estavam mais pra la que pra ca...

Não, ela não é fonoaudióloga. Me senti ainda mais passada. Ela é uma terapeuta de "desenvolvimento infantil", de forma bem geral. Quase surtei. 

Briguei. Falei, reclamei, botei a mãe leoa pra fora. Disse que então havia algum mal entendido, pois ele não tem nenhum problema de desenvolvimento e sim um "atraso" na fala. Ela ficou totalmente sem graça e me explicou que o começo da terapia é com ela e, de acordo com o andamento seria indicado o profissional específico para o caso. O que me deixou ainda mais irritada, já que desde o começo todos nós (pais, pediatra, o grupo que fez a avaliação do Victor antes dele começar no programa) sabemos que a questão era estimular a fala. Ficamos acordadas então da fono vir junto com ela na próxima visita, que foi hoje. (vou contar como foi no próximo post, pois este já está longuíssimo!)

Mulherada, me diz uma coisa: Como vocês reagem, como mães? Seguem os seus instintos ou seguem piamente o que os médicos indicam? Alguem já passou por alguma situação parecida, onde ficam em dúvida se a decisão tomada resultará no benefício ou não do filho? E a cabeça da gente algum dia fica alivida depois de termos parido? 


Obrigada pelo carinho de sempre! Vamos em frente!
Bjs,



9 comentários:

  1. Oi amiga...
    Que stress... Acho que eu entraria em pane se ficasse no quarto ouvindo meu filho chorar....
    }Meu baby está com 21 meses e ainda não fala quase nada... se falar 4 palavrinhas, é muito!!!
    Muita gente fala para eu procurar uma fono, mas como pedagoga, ainda acredito que existe o tempo pessoal de cada criança em seu desenvolvimento!!!
    Mês que vem, com 22 meses, ele passará no pediatra e conversarei com ele a respeito para maiores dúvidas.
    Mas é difícil mesmo... eu sei!!!
    Mas fique tranquila, tudo se ajeita!!!
    bjs

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  2. Amiga,
    Acho que comentei em outro post sobre essa questão da fala, né? Eu entendo totalmente a tua preocupação (pq a gente sempre compara com outros da mesma idade), mas vou repetir que tu tens que tentar apaziguar teu coração.
    Sobre o que tu comentou no final do post, eu faço aqui que meu coração diz amiga, já escutei várias coisas de médico, de sogra, enfim, mas no final quem resolve como será feito sou eu mesmo. Eu tenho uma opinião formada sobre nosso instinto materno.
    Eu acho que o Ví acaba se estressando, tu não acha? Deve ter sido horrível ouví-lo chorar todo o tempo, né?
    Espero que a sessão de hoje tenha sido mais proveitosa, ou que tu tenha tido algum insight sobre isso.
    É difícil opinar amiga, mas o que te digo com certeza é para confiares no teu feeling de mamãe, pq tu melhor do que ninguém sabe o que é melhor para o Ví.
    Beijão
    Pri&Bia

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  3. Bia....imagino sua angústia e se te consola não acho neurose sua não, quando se trata dos nossos filhos viramos fera mesmo. Passei por algo parecido quando o Bruno sofreu bullying na outra escola, eram ameaças e agressões todos os dias até que ele teve um desmaio por stress e tive que tirá-lo da escola as pressas. Nesse período foi me aconselhado a levá-lo p/ tratamento psicológico por conta da auto estima dele que estava em frangalhos e assim o fiz com uma profissional indicada por uma amiga de confiança. Logo nas primeiras sessões meu coração de mãe me dizia que eu estava no lugar errado, apesar dela ser uma pessoa adorável, eu sentia no fundo do meu coração que o meu filho não precisava estar ali, mas por medo de estar negigenciando uma melhora p/ ele insisti por mais alguma tempo...a cada sessão ele ia contrariado e ficava muito irritado e as vezes triste por achar que eu não acreditava nele, quando ele mesmo me dizia: "mãe, eu não tenho nada, só preciso esquecer o que passei na outra escola". Bem, resolvi ouvir meu coração e ouvir a parte mas afetada nisso tudo e parei c/ as sessões. Posso te garantir que foi a melhor escolha que pude fazer...Bruno ficou radiante e feliz por ter uma mãe que confia nele e dá importância ao que ele sente. Voltou a ser a criança alegre e sorridente que sempre foi. Talvez não seja esse o seu caso, até pq o Victor ainda é pequeno. Mas nem sempre confio piamente no que os médicos me dizem não. Fique tranquila que aquele lá em cima que tudo vê, nunca nos desampara, a resposta p/ a sua angústia virá mais rápido do que vc imagian...bjs!

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  4. Ê, Bia, que angústia, hein? Pelo que eu entendi o que mais está te fazendo sofrer é a incerteza de estar agindo certo, né? Acalma o teu coração. Você está procurando o melhor para ele e não tem nada de errado nisso. Se no meio desse processo você perceber que esse não é o melhor caminho, desista e repense, procure uma segunda opinião, espere um pouco mais. Estamos aqui para dividir e compartilhar nossas dores e experiências, afinal, ninguém entende uma mãe como outra mãe. Beijos.

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  5. Que coisa! Não era fono? Suas duvidas são resultado do stress. Vc fez o certo, achou que devia procurar ajuda e foi. Não se culpe. Ainda acho ele muito novinho pra tanto stress. No tempo dele ele falará, ficará com outras pessoas, ficará na creche. Se ele é muito apegado espere mais, ué? Se ele tivesse uns 6 anos seria preocupante, mas é um bebê! Deixa o menino, curte ele e larga esses gringos de mão um pouco. Ainda não acho que ele tem um problema de fala, e sim de conforto. Qdo achar necessario le fala e pronto. Não se culpe, curte esse nene que vai crescer logo e falar pra caramba. Fica em paz, bjs.

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  6. No final nao respondi o que vc perguntou. Hoje não sigo mais piamente o que o medico diz, mas demorou pra eu me libertar deles. Ainda os escuto muito, mas o que me parece estranho eu ignoro. Por exemplo: a neuro disse que eu devia socializar a Alana com todas as crianças que conheço, quem aparecer pra brincar, blz. Mas eu anda sou seletiva, qualquer um nao serve e acho que o benefício não equivale o custo de misturá-la com criançsas mal educadas ou que a maltratem. Sim, já tive momentos tensos na adaptação escolar. Alana gritava tanto que eu a ouvia da rua. Algumas vezes voltei, outras deixei, no final deu certo, mas ela era maior que o Vitor e já tinha contato com babás e cuidadoras, mesmo assim era muito apegada a mim e ouvi isso muito, como se fosse ruim. Sim, os momentos de paz superam os de dor e tudo fica bem. Vc é uma mãe boa e cuidadosa, faça o que acha certo. bjs

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  7. Pôxa amiga, que angústia!!!
    Os minutos que vc ficou ouvindo o Victor chorar, deve ter sido como uma eternidade.
    Espero realmente que esta visita,agora com a Fono de verdade, tenha trago uma luz.
    Vc é uma mãe maravilhosa e super sensível Bia. Com certeza vc já sentiu o que é melhor para seu filhão.
    Beijão querida e aquieta seu coraçãozinho.

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  8. Oi amiga, puxa vida q situação, eu tbm acho que reagiria como vc, ou talvez pior, pois não conseguiria deixar meu filho 25 min com outra pessoa aos prantos, só pq ela acha que está certa, mas fica tranquila vai dar tudo certo, e o logo o Victor estará falando igual a um tagarela..rsss força amiga! bjo

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  9. Oi Bia...como mãe sei bem que não têm jeito e acabamos comparando mesmo o desenvolvimento de nossos filhos com outras crianças sempre.No meu caso principalmente pois ele nasceu prematuro, tinha quase 2 anos e não falava absolutamente nada, estava muito aflita, mas o pediatra garantia que ele ainda estava no tempo de esperar, solicitou uma audiometria por insistência do meu marido que achava que ele não escutava.

    Eu não achava que ele era surdo pois ficava com ele e o conhecia muito bem, mas depois de muito pensar, resolvi colocar ele em uma escola pra que convivesse com outras crianças, por instinto mesmo. E acertei, no caso dele foi um divisor, ele se adaptou, foi estimulado e soltou a língua dai em diante.

    Eu acho que nosso instinto nos diz muito, penso que devemos ouvir a opinião dos profissionais, mas quem conhece a criança é a mãe, então corra trás do que você acha que será melhor pra ele, tudo dará certo.

    Bjs.
    Selma

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