domingo, 29 de agosto de 2010

Dublê de retratos


Por que será que ao nos tornarmos mães temos às vezes a sensação de não sermos mais "mulher", no sentido mais sexual/sensual da coisa?

Esta semana recebi um elogio que me fez pensar um pouco em tentar "retomar" a minha vida feminina, além da maternidade.

Ao receber os parabéns atrasados pelo meu aniversário, um velho amigo me disse que tinha visto algumas fotos e que achava o Victor uma linda mistura do meu marido e eu. Até ai, tudo bem, porque como diz minha mãe "dê um doce ao meu filho e adoçará minha boca"...rs

Depois ele me disse: "Parabéns também pois depois de ser mãe voce se tornou uma mulher ainda mais linda. Ai a coisa pegou.

Porque esta semana a minha amiga Nanci disse algo parecido, num comentário do post anterior. Mas eu li com tanta ternura, que embora tenha ficado muito lisonjeada, não me fez pensar no caso como o tal elogio do amigo.

Pensei: Será que me "assustei" porque o elogio veio de um homem? Será que a "visão" masculina (e a observação vinda de outro homem e não do maridão, afinal santo de casa não faz milagre, ne?), me dizendo que estou linda não me despertou para o fato de que, apesar de mãe, ainda sou uma mulher?

Será que a maternidade em toda sua intensidade de amor e complexidade de sentimentos nos "afasta" do ser "mulher" e que em determinado momento precisamos de um elogio (ou o contrário) pra voltar à notá-la?

Pensei nisso durante todo o final de semana (que aliás foi ótimo, com uma viagenzinha deliciosa que rendeu várias fotos pra postar esta semana por aqui). Ainda estou tentando encontrar a "mulher Bia" no espelho. A "mãe do Victor" vejo a todo momento, nas diferenças que a gravidez me deu de presente no corpo e na mente, preenchidos com algumas marcas, atividades e um amor imensurável.

A mulher deve estar escondida por trás deste amor todo...resta saber se é mesmo justo fazer isso com ela, ocultá-la? Ou se já não está na hora de fazer as duas (mãeXmulher) conviverem pacificamente?

Loucura só minha? Queria tanto ouvir voces, mulherada!

Beijos e o desejo de uma otima semana!

Musica Leoni, roubada para o título deste post: Dublê de Retratos

7 comentários:

  1. Bia, eu penso assim: Que somos mães e isso não pode mais ser mudado é fato, vamos sempre ser primeiro mãe do que mulher, mas esse lado sensual realmente não pode ser deixado de lado. Enquanto os filhos são pequenos é dificil mesmo a gente se cuidar e ter a auto estima elevada, pois não temos muito tempo para nos não é? Mas coforme vamos nos habituando com a vida louca de casa, trabalho, filhos, marido, amigos, a gente tbm vai se adaptando e voltando a ser quem eramos, ou seja, mulher! Temos sim que nos arrumar, nos elogiar, nos querer bem. E quanto ouvimos esses comentários é uma prova de que realmente tudo vale a pena, ser mãe e mulher. Eu ainda acho que ficamos melhores depoisque somos mãe! Acho que misturei um pouco as coisas, espero que tenha entendido...rsss...bjs

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  5. É amiga, tudo muda mesmo (e muito)...e parece que a porção mulher meio que se perde entre o novo papel de mãe.

    Nosso encantamento pelo filho começa já na gravidez, quando nos descobrimos mãe de um filho na barriga..Aí começa a mudança: nossos gostos, aspirações, desejos, leituras mudam. Depois quando o bebê nasce a gente descobre um amor novo, nunca sentido antes, que supera tudo e todas as coisas. Nada no mundo é igual ao sentimento de olhar para o filho assim que sai de dentro da gente.

    Com os homens acontece tudo diferente. Eles vão se descobrindo pais aos poucos, depois que a cça chega.

    A chave não muda na cabeça deles. Só na nossa.

    Eu fico tão envolvida no meu papel de mãe e também fiquei mais propensa à impaciência no relacionamento homemXmulher. O que eu tentava corrigir sozinha antes, já não tenho disposição para fazer hoje...pq pra mim as duas pessoas precisam se doar na mesma intensidade. E isso também influencia na porção mulher.

    Se faz falta o lado mulher, sensual?

    Claro que faz!

    Agora após o segundo ano da Bia que venho percebendo o quanto faz falta. No entanto, a minha frustração com a mesmice do relacionamento me faz ter preguiça de "correr atrás do prejuízo", algo que faria antes sem problemas.

    Também acho que existem mães e mães. Muitas sentem-se satisfeitais e inebriadas pelo perfume da maternidade...Outras não...outras sentem-se presas e sentem vontade de voltar ao trabalho e entregam os filhos sem problemas para a avó cuidar, a babá, a escolinha...Não posso dizer que estão erradas, cada um segue o sua escolha né?

    Enquanto penso em tudo tento arrumar uma fórmula, um jeito para resgatar (tentar) algumas coisas do relacionamento. Não é fácil.
    Mas necessário. E aqui não penso só no lado mulher, penso na família. No papel de pai.

    Beijosssssssssssssss
    Pri e Bia

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  6. Sei exatamente pelo que vc está passando, e também sinto que não é fácil.
    Acredito que a postura do pai contribui muito para isso, ou não...
    A parceria do casal é essencial para que responsabilidades e prazeres sejam divididos de tal forma que sobre espaço para o casal, para o homem e a mulher.
    Aqui em casa ainda estamos aprendendo a dividir nossos tarefas, e espero que em breve a balança esteja equilibrada.
    Bj.

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  7. Eu tenho a minha teoria (kkkkkk). Eu acho que a maternidade nos preenche tanto (tempo, prioridades, emoção etc) que a gente esquece de valorizar outros aspectos antes tão importantes. Com o passar do tempo a gente vai se reconstruindo, juntando os pedaços de quem nós éramos e de quem nos transformamos. Algumas coisas é melhor deixar para tra's mesmo, mas outras é preciso trazer de volta pelo bem de nós mesmos (e do maridão, né?).

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